segunda-feira, 16 de março de 2009

Cordel & Feminilidade

O cordel é por definição uma forma de literatura popular, que começou com a tradição da oralidade e depois ganhou sua forma característica: uma publicação em brochura com capa em xilogravura.

Salete Maria pertence a uma nova geração de cordelistas. Ela é advogada, e sua avó era cordelista analfabeta. Juntando essas duas influências ela montou seu estilo: cordel, tendo como tema o ativismo pelos direitos das mulheres, dos homossexuais e do meio ambiente.

Ela publica cordéis desde 1996 e faz parte da Sociedade dos Cordelistas Malditos, um grupo descriminado por escrever sobre outros temas que não o sertão e o cangaço, como explicou Salete minutos antes do Sarau de Socorro Lira, uma compositora , intérprete e instrumentalista que musicou alguns de seus cordéis e apresentou sua versão de Maria do Araújo e Seu Lugar na História,quarta- feira (11) no SESC Consolação.

Maria Araújo dizem ser a beata que começou os milagres de Padre Cícero, grande ícone religioso do Sertão do Cariri, Nordeste brasileiro. Dizem que sempre que o padre dava a comunhão para beata ela se transformava em sangue. A mulher foi dada como louca e quando morreu, enterrada como indigente. Nesse cordel Salete procura retomar a imagem da beata, que segundo ela foi fundamental para crença em Padre Cícero. Esse ano faz 120 anos do fenômeno da hóstia.

“O SESC tem sido um parceiro fundamental para os cordelistas. A cada dois meses publico algo novo para participar do festival SESC Codel – Novos Talentos, no SESC Juazeiro do Norte”, diz Salete.

Socorro Lira

Salete e alguns de seus títulos

Socorro Lira ensaia um pouco antes do espetáculo






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